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Mistério no galinheiro: ave com traços inusitados intriga família em sítio de Rondônia

Pesquisadores apontam que cruzamento entre espécies é geneticamente inviável

14/04/2025 às 10h02
Por: Vanessa Frank
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Mistério no galinheiro: ave com traços inusitados intriga família em sítio de Rondônia

Uma ave de aparência curiosa vem chamando a atenção na zona rural de Jaru (RO). Com penas, bico e postura que misturam traços de galinha e galinha-d’angola, o animal foi apelidado carinhosamente de “galinhola” pelos donos do sítio onde nasceu. A aparência diferente despertou dúvidas até mesmo sobre um possível fenômeno genético.

A responsável pela propriedade, a professora aposentada Terezinha Barbosa, conta que, ao nascer, a ave parecia uma simples galinha. “Mas conforme foi crescendo, começou a mudar a plumagem e ficou com um jeito esquisito, meio diferente das outras”, lembra. Hoje, com cerca de seis meses de vida, a galinhola segue saudável e segue intrigando quem a visita.

Cruzamento entre espécies?

Com a aparência peculiar, logo surgiu a especulação: seria possível o cruzamento entre uma galinha comum (Gallus gallus) e uma galinha-d’angola (Numida meleagris)? Para esclarecer, o professor Elvino Ferreira, pesquisador da Universidade Federal de Rondônia (Unir), analisou imagens do animal.

Segundo ele, esse tipo de cruzamento não é possível geneticamente. “Essas duas espécies têm números diferentes de cromossomos — 78 na galinha e 76 na galinha-d’angola. Essa diferença torna o desenvolvimento embrionário inviável”, explica Elvino.

Além disso, o comportamento reprodutivo também seria um obstáculo. “As aves têm rituais de cortejo muito distintos, o que dificultaria ainda mais uma fecundação natural entre elas”, afirma o pesquisador.

E então, de onde veio essa galinhola?

De acordo com Elvino, o mais provável é que a ave seja fruto de um cruzamento entre diferentes raças de galinhas caipiras, como:

  • Rhode Island Red

  • Welsummer

  • Índio Gigante (linhagens Asil ou Shamo)

Essas raças compartilham o mesmo número de cromossomos e têm grande diversidade de cores, formas e tamanhos, o que explicaria as características incomuns da galinhola.

Uma outra hipótese, menos comum mas geneticamente viável, seria um cruzamento com aves nativas da fauna brasileira, como jacus, especialmente das espécies Penelope obscura, Penelope purpurascens ou Ortalis canicollis, que também possuem 78 cromossomos. No entanto, casos como esse seriam bastante raros na natureza.

Por enquanto, a galinhola segue sua vida tranquila no sítio, sem saber que virou celebridade local. “Ela é diferente, mas é nossa. E a gente cuida com muito carinho”, conclui dona Terezinha, orgulhosa da nova integrante da criação.

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